ENTREVISTA DE SAVE PARA A REDE INTERTV
Em setembro de 2012 foi ao ar a reportagem realizada pela Rede InterTV, afiliada da rede Globo para região serrana do estado do Rio de Janeiro, com o diretor da SAVE Agroindustrial Mário Augusto Signorelli. Transcrevemos abaixo os principais pontos da entrevista.
INTERTV- Porque foi escolhido o plantio de palmito na Fazenda S. Sebastião?
SAVE - Originalmente, em 1997, éramos a SAVE- Sistemas para Agronomia e Veterinária LTDA , empresa de agroinformática. que foi pioneira no desenvolvimento de bancos de dados na web para o setor rural. A fazenda, anteriormente voltada para a criação de gado, foi rapidamente manejada para a atividade de silvicultura. Os cultivares selecionados, aproveitando o clima e a topografia locais o foram o mogno amazônico, o neem indiano e a palmácea produtora de palmito, palmeira-real-da-austrália. Estas espécies selecionadas visaram permitir o desenvolvimento de um sub-bosque formado por espécies nativas da Mata Atlântica, que predominavam na região, num projeto para transformação de antigas áreas de pastagens degradadas em corredores florestais. Com respeito ao manejo do solo, devido a topografia acidentada da região, estas escolhas vieram também atender a um principio básico em agronomia que é o cultivo em curvas de nível e o tratamento da planta apenas em covas, o que minimiza o manuseio do solo em forma extensiva, forma esta que geralmente favorece os efeitos nocivos erosão e da perda de nutrientes por lixiviação.
INTERTV- A escolha da palmeira-real-australiana como produtora de palmito teve alguma motivação especial ?
SAVE- Sim . Como coadjuvante para o objetivo final do projeto que é o reflorestamento com nativas, este cultivar foi escolhido pois não perfilha ( rebrota ), não é uma invasora ( não se reproduz espontaneamente com a queda de sementes), permitindo portanto cumprir seu papel de precursora de ciclo curto ao gerar condições favoráveis para o crescimento inicial das nativas à sua sombra. Além de suas características para produção de um palmito de excelente qualidade, muito semelhante ao do palmito da palmeira nativa juçara, listada como uma das espécies nativas em extinção e com extração proibida.
INTERTV- E a razão de se optar pelo cultivo orgânico...
SAVE - Além uma preferencia pessoal, a escolha foi uma questão de coerência, em respeito as características edafoclimáticas locais pois alem de constituir um santuário ecológico, cercado por unidades de conservação, a região é cortada por rios cristalinos, que são formados pelas inúmeras nascentes de água mineral que compõe um importante aqüífero. A opção pelo cultivo orgânico que prima pela sustentabilidade através do cultivo sem uso de adubos químicos , defensivos ou agrotóxicos veio de encontro a preservação da biodiversidade local, representada pela fauna, flora e conservação do solo.
INTERTV- E o cultivo orgânico é mais caro que o tradicional?
SAVE - Sim, mas não muito. Nem tanto pelo custo dos insumos orgânicos comparando-se com os tradicionais, mas pelos maiores cuidados requeridos no cultivo, demandando mão-de-obra mais dedicada e qualificada. Porém o grande ganhador é aquele consumidor que reconhece os benefícios de um alimento mais saudável para o organismo humano e portanto não se importa em pagar um pouco mais, tendo em vista um objetivo superior. Daí a importância deste esclarecimento para a população.
INTERTV - E quanto à rentabilidade...
SAVE - Considerando o cultivo de palmito, de uma árvore adulta com cerca de 100 Kg, apenas se aproveita em torno de 0,5 Kg como alimento humano( polpa de palmito ). Todavia pode-se agregar valor a produção levando em conta outros sub-aproveitamentos : como volumoso para alimentação de gado( folhas verdes ), vasos para floricultura ( tronco) e artesanato de fibras ( folhas secas ); isto significa tanto ou mais que a rentabilidade obtida com a simples produção de palmito, que apesar de representar um valor intrínseco bastante atrativo, possui um alto custo de beneficiamento e custos adicionais com exigências sanitárias e de certificação orgânica. Mesmo assim, a cultura de palmito possui uma rentabilidade superior à maioria das culturas tradicionais embora requeira maior investimento inicial e um ciclo de produção longo: num hectare com cerca de 15.000 mudas pode-se obter, a partir de de 3 anos, um rendimento líquido agrícola, apenas do palmito de R$ 15.000,00 por hectare/ano.
Equipe InterTV: Bruna Verly e Alex Almeida
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